quarta-feira, 10 de abril de 2013

ESCLARECIMENTO PÚBLICO: REPORTAGEM DO SRZD NÃO CORRESPONDE ÀS INFORMAÇÕES PRESTADAS


Mensagem enviada pelo Prof. Jorge Atilio Silva Iulianelli à Sra. Vera Rezende do Blog SRZD

Prezado Sindiney Rezende;

Ontem 20h50 respondi à telefonema do jornalista,  Lucas Torres, que ligou para mim, em nome do Blog SRZD, solicitando informações sobre a assembleia da UGF e se haveria aulas no dia seguinte, hoje, 10 de abril. Respondi que sim, que nós professores saímos congraçados com os estudantes, as aulas recomeçariam aos 10 de abril. A maior parte da descrição dos fatos que a entrevista telefônica tratou está registrada de forma não acurada em seu Blog. Porém, há uma construção do relato que não expressa exatamente o que falei, conforme ordem do discurso que recordo ter feito. Compreendo a liberdade jornalística, porém o trecho pode causar uma má compreensão para o leitor.
Deixei de dizer ontem que o processo de negociação dura há mais que três meses. Porém, disse que havia informações no Blog da ADGF sobre todos os fatos. Também deixei de dizer ontem, que a Galileo teve flexibilidade para alterar a proposta inicial chegando à construção daquilo que veio a ser aceito pelos docentes: o empréstimo de 1,3 salários a serem pagos ao longo de 2013. Porém, informei ao repórter que há um Termo de Compromisso, o qual está publicado no nosso Blog, no qual poderia ser verificada a forma de pagamentos desse empréstimo durante no ano de 2013.
Vamos ao trecho construído pelo repórter:
“’O grupo Galileo tomou de empréstimo 1,3 salário dos docentes, e esses empréstimos se dão de maneira compulsória, ou seja, sem compensação. Essa é a realidade das universidades particulares. Somos reféns das mantenedoras, elas tomam empréstimos arbitrários dos professores e sabe-se lá quando vão nos pagar´, disse o professor da UGF.”
Imagino que o repórter fez uma edição do que lhe pareceu ser a forma mais “correta” do discurso que lhe ofereci. Gostaria de repetir que autorizei usar a expressão “reféns das mantenedoras”. Porém, o contexto era outro; ele errou o sujeito. Não era um nós genérico, e sim o conjunto brasileiro de docentes do ensino universitário privado, aliás, o que disse foi: “Os docentes são reféns das Mantenedoras”. E, infelizmente, ao meu sentir, houve um equívoco nessa construção apresentada na reportagem sobre o argumento que apresentei. O parágrafo construído naquele trecho da reportagem une dois itens, que apresentei separadamente, tal conjunção dificulta ao leitor perceber os temas que apresentei e as distintas relações entre eles.
Relato aqui as informações que citei ontem ao repórter:
1.       Primeiramente, sobre esses pontos do trecho da reportagem em causa, informei que as negociações com a Galileo avançaram e os docentes aceitaram emprestar compulsoriamente 1,3 salários; porque puseram condições que foram aceitas pela Galileo. Que condições? A formação de uma Comissão Paritária para Acompanhamento de Salários e a Estabilidade para docentes e funcionários no ano de 2013 (aliás, o repórter esqueceu essa última e importante informação).
2.       Em seguida, afirmei que no Brasil 75% dos estudantes universitários estão em Universidades privadas, as quais são controladas por Mantenedoras, que não têm legislação que lhes limite o âmbito de ações. Informei, por exemplo, que a Universidade Castelo Branco tem um empréstimo compulsório de 8 meses de salários dos docentes e nada é feito (o que ele não citou). Disse que é de responsabilidade do MEC e do CADE atingir às Mantenedoras, e não apenas às Mantidas, e que com essa situação os docentes são reféns das Mantenedoras (o que ele deixou de reconstruir como argumento).
Esclarecido isso, observo que a ordem do discurso elaborado pelo repórter descura de dois esclarecimentos fundamentais para a sociedade:
(A) A negociação entre ADGF e a Galileo avança de forma inédita em nossa sociedade. Haja vista que estamos criando um mecanismo interno de controle social, a Comissão Paritária de Acompanhamento de Salários. Este é um fato novo, nunca em universidades privadas houve este tipo de relação entre Mantenedora, Mantidas, docentes, discentes e corpo técnico-administrativo. Além disso, o repórter deixou de falar, outra informação que prestei sobre o processo de constituição da autonomia e democracia universitária na UGF. Conquistamos, por meio dessas negociações com a Galileo, a participação de docentes e discentes na reformulação do Calendário acadêmico, junto à Reitoria; e a formação de Comissão Eleitoral para eleições dos órgãos colegiados da UGF, a saber, o Conselho Universitário e o Conselho de Ensino e Pesquisa;
(B) Deixou de denunciar que se faz necessário exigir do legislativo a criação de leis rigorosas para o controle social das Mantenedoras, porque as Universidades têm papel fundamental na formação do Brasil e na construção da cidadania. Pois é inadmissível que a educação superior do povo brasileiro fique refém de formas predatórias, mercantilizadas e da financeirização da mesma. É necessário construir mecanismos legais de controle das Mantenedoras, para salvaguardar o direito de nossos jovens a uma educação superior, que corresponda aos ideais de excelência acadêmica do ensino universitário.
Neste importante momento, os relatos, da bem intencionada reportagem publicada no Blog SRZD, sem esses esclarecimentos, poderiam deixar ruídos na construção de novas relações entre funcionários, discentes, docentes, Reitoria e Mantenedora da UGF.
Agradeço pela entrevista tomada e apreciaria se os esclarecimentos que submeto fossem reproduzidos pelo seu Blog;

Atenciosamente;

Prof. Dr. Jorge Atilio Silva Iulianelli
Mestrado em Acessibilidade, Universidade Gama Filho
Secretário Geral da ADGF

3 comentários:

  1. Prezados senhores,
    Pelo que entendi, houve um equívoco por parte do Blog SRZD. Digo isso porque o discurso apresentado na última assembléia pelo professor Atílio ressaltou o fato que a mantenedora, de forma inédita, aceitou a criação de uma Comissão Paritária para acompanhamento de salários e abriu espaço para a comunidade acadêmica participar efetivamente, de forma democrática, em instâncias importantes da UGF (Conselho de Ensino e Pesquisa , Conselho Universitário).
    Espero que esse equívoco não prejudique a relação que está sendo construída entre funcionários, discentes, docentes, Reitoria e Mantenedora da UGF.
    Acredito que com o comprometimento mútuo, TODOS os envolvidos sairão vencedores.
    Grande abraço,
    Prof. Mól

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  2. Gostaria de parabenizar a postura,seriedade,ética e comprometimento da ADGF neste lamentável episódio com a mantenedora . Como mãe de aluno e ex aluna da UGF desejo sinceramente que a mantenedora honre o compromisso assumido com os docentes,discentes e todo grupo de trabalho dessa querida Instituição . Conheço a qualidade de ensino e dos mestres dessa Gama Filho e me orgulho de um dia ter sido aluna(e fui muito bem sucedida na minha profissão ) e desejo sinceramente que meu filho,estudante de medicina,possa contar com a competência e profissionalismo dos docentes. Obrigada

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  3. Boa noite, Atílio.

    Também sou Prof da Universidade Castelo Branco. Não acredito que esteja enganado, mas houve atrasos salariais por dois meses durante o ano de 2012 e o décimo terceiro ainda não foi pago. Porém nos últimos meses temos recebido regularmente e integralmente os salários todos os meses em datas flutuantes que consideram as faixas salariais. E não é verdade que nada é feito. O fluxo financeiro é disponibilizado a todos, docentes e funcionários e podem ser verificados resumos no blog: colaboradorucb.blogspot.com.br. Esta transparência resulta de uma mobilização tímida e espontânea dos docentes junto aos coordenadores e pró-reitores, mas que vem se encorpando com a presença constante de diretores sindicais em reuniões semanalmente realizadas. Estamos avançando politicamente num cenário institucional historicamente desmobilizado tanto entre docentes quanto entre discentes e administrativos.

    Aproveito o ensejo para parabenizar a ADGF pelas diversas conquistas e pelas verdadeiras aulas de democracia e cidadania que resultaram dos diversos posts realizados.

    Abç.

    Marcello Sena

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